Páginas

Quem sou eu

Minha foto
Contador, Escritor, Comentarista.

12 de dez. de 2011

CRUZ E SOUSA


Andamos meio inquietos com o uso da mídia em dizer que tudo no Brasil é mentira, invertendo valores e criando dúvidas. Tais dúvidas não são acompanhadas de qualquer fundamentação científica. Falta, para nós, uma ação mais firme para coibir aos que, irresponsavelmente, ficam divulgando inverdades. Faltaria dizer que Cruz e Sousa é uma mentira. Felizmente não se chegou a este martírio. Graças ao “Dr. Google”, ouso, nesta humilde coluna, homenagear o grande mestre Cruz e Souza, o poeta simbolista. Nem tudo está perdido. Cruz e Sousa é uma verdade. Uma feliz verdade. Homenagear Cruz e Sousa é um bom momento, principalmente pelos 150 anos de nascimento de nosso poeta maior. Cruz e Sousa, filho dos negros alforriadosGuilherme da Cruz, mestre-pedreiro, e Carolina Eva da Conceição. João da Cruz desde pequeno recebeu a tutela e uma educação refinada de seu ex-senhor, o Marechal Guilherme Xavier de Sousa - de quem adotou o nome de família Sousa. A esposa de Guilherme Xavier de Sousa, Dona Clarinda Fagundes Xavier de Sousa, não tinha filhos, e passou a proteger e cuidar da educação de João. Aprendeu francês, latim e grego, além de ter sido discípulo do alemão Fritz Muller, com quem aprendeu Matemática e Ciências Naturais.
Em 1881, dirigiu o jornal Tribuna Popular, no qual combateu a escravidão e o  preconceito racial. Em 1883, foi recusado como promotor de Laguna por ser negro. Em 1885 lançou o primeiro livro, Tropos e Fantasias em parceria com Virgilio Várzea. Cinco anos depois foi para o Rio de Janeiro, onde trabalhou como arquivista na Estrada de Ferro Central do Brasil, colaborando também com o jornal Folha Popular. Em fevereiro de 1893, publica Missal (prosa poética) e em agosto, Broquéis (poesia), dando início ao Simbolismo no Brasil que se estende até 1922. Em novembro desse mesmo ano casou-se com Gavita Gonçalves, também negra, com quem teve quatro filhos, todos mortos prematuramente por tuberculose, levando-a à loucura.
Cruz e Sousa faleceu a 19 de março de 1898 no município mineiro de Antônio Carlos, num povoado chamado Estação do Sítio, para onde fora transportado às pressas vencido pela tuberculose. Teve o seu corpo transportado para o Rio de Janeiro em um vagão destinado ao transporte de cavalos. Ao chegar, foi sepultado no Cemitério de São Francisco Xavier por seus amigos, dentre eles José do Patrocínio, onde permaneceu até 2007, quando seus restos mortais foram então acolhidos no Museu Histórico de Santa Catarina - Palácio Cruz e Sousa, no centro de Florianópolis.
Cruz e Sousa é um dos patronos da Academia Catarinense de Letras, representando a cadeira número 15. Suas principais obras foram: Missal, Broquéis, Evocações, Faróis, Últimos Sonetos, Litania dos Pobres, Canção dos Pobres, Canção Negra (autobiografia).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivo do blog

Seguidores