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17 de mai. de 2013

MAMÃE ORLEANS


Que dizer, Orleans, que dizer. O que poderemos fazer por ti, Orleans. O que mais esperar nestas horas. Apaziguo sempre, feito bálsamo, nestas horas insólitas.  Até brigo por teu abrigo. E o que fazer quando as palavras se recolhem? Apenas tímida aproximação. Que pensar, que dizer, o que esperar, já que esperamos tanto.  Imitando o sol, viajo sempre, te perseguindo diuturnamente, por toda a vida e por toda a terra. Aguardo que me mostre o caminho para que te encontre. Terra, a mais linda terra, Orleans. Espero que me mostres a tua casa. Aguardo que me expliques a tua morada. Num sorriso somente nosso. Não quero teu castigo, não quero teu rubor, não quero teu clamor, teu alarido, teu bramido, teu celeuma, quero tua felicidade, quero tua alegria.
         Conversar dias contigo, minha Orleans. E o que fazer quando terminarem os assuntos? Bem, recomeçar tudo de novo! Arrepender-se de tudo o que não foi feito; arrepender-se de tudo o que não foi realizado; arrepender-se de tudo o que não foi iniciado; arrepender-se dos juramentos não cumpridos; criar novas fontes; florescer novos jardins. Dizer que te amo, bela Orleans, não basta, porque seria apenas quebrar promessas. Dizer que te amo, minha querida Orleans, seria apenas desdizer acordos. O ideal seria conversar dias contigo. Mas não conversar dias e dias com frias e vãs palavras. Mas, minha Orleans, o ideal mesmo é deixar as portas abertas para que entres em nossa casa. É deixar as portas abertas para que entres em nossos corações. É deixar as portas abertas para que entres em nossas mentes e faça morada em nós. Reproduza-te em nós, querida Orleans, como uma fértil e bondosa mãe que com a idade de cem anos, ainda embalas carinhosamente a todos nós com o mais afetuoso dos amores.
         Quero deixar sem pó os muros que te cercam minha querida Orleans; envolver-te num abraço demorado, soluçando vagarosamente para te dizer, num sussurro estancado no grito: chore agora mamãe Orleans, chore agora, porque amanhã, quem sabe, não terás mais motivos.
         Eu só queria envelhecer... mas envelhecer, mamãe, apenas e tão somente voltando a ser jovem, eternamente jovem, para sempre jovem, desde que para sempre ao teu lado, nossa querida MAMÃE ORLEANS.

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