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27 de jun. de 2012

DE "AO" em "AO"

              Ficamos impressionados com o que lemos na internet sobre o que o ditador Fidel Castro proferiu, ou melhor, vociferou dizendo: “cuidado, a América do Sul pode retornar ao uso de golpes de Estado”. Engraçadíssimo! Esqueceu-se o comunista Castro que ele próprio é um golpista há mais de cinqüenta anos? Esqueceu-se de que tomou o poder pelas armas, fuzilando inocentes no “paredon”, ou prendendo pessoas porque discordam das suas idéias? É isso. Estamos lendo coisas que assustam. Este é um tema que vai longe, porque na América do Sul existem muitos seguidores deste sanguinário.

            Mas, o que realmente precisamos dizer é que como disse o próprio Paulo Lustosa, ex-ministro da Desburocratização: “O excesso de tributação e a lentidão das alfândegas reduzem a capacidade de competição das empresas”, e mais, poderíamos dizer, a carga tributária, em 10 anos, aumentou em 55 mil novas regras, uma média de 15 novas leis por dia. E isso tudo ajudou muito a que o governo arrecadasse, mês a mês, valores maiores. Em 2002 existiam 194.388 normas ou leis tributárias, hoje estamos com 249.124. Quem pode acompanhar tanta malha arrecadadora de impostos? As empresas estão engessadas, o povo engessado e as perspectivas não são nada boas porque a população espera cada vez mais dinheiro nas cestinhas ou nas bolsas.

            No governo João Figueiredo (1979-1985), deveria exterminar uma das maiores pragas estruturais do país: a burocracia. Mas o ministério foi exterminado antes (dizem que pela própria burocracia). O Brasil sempre foi um Estado cartorial. O cidadão só tem direito se o Estado lhe conceder esse direito. A burocracia é um cipoal de leis que está ficando difícil acompanhar os compromissos até mesmo do cidadão comum. E sempre acompanhadas de penalidades duríssimas. Não há interesse do governo federal em aliviar esta pressão sobre o povo e as empresas, porque ele tem o controlo político da sociedade e do cidadão. Os parlamentares dependem do governo para garantir suas emendas. Os estados e municípios também evitam a briga, porque dependem dos repasses da União.

            O emaranhado de novas leis exige que empresas, fundações, associações, institutos, conselhos, etc., gastem alto com departamentos contábeis ou serviços de consultorias especializadas. É um gasto que aumenta os custos e, em conseqüência, os preços finais dos produtos.

            Burocracia excessiva e impostos são quase sinônimos no Brasil. Decifrar e se adequar ao universo de leis, portarias, regulamentações, alíquotas, normas de compensação e antecipação e outras nomenclaturas que regulam os tributos exigem mais de duas mil horas de trabalho de uma empresa a cada ano – o equivalente ao expediente de um funcionário em tempo integral, diz um estudo do Banco Mundial.

            O Estado totalitário sobrevive às custas de muita burocracia!

            Seguindo por esta trilha vamos encontrar o volume exagerado de órgãos. É a política do “ao” “ao”. O assunto é encaminhado ao secretário, depois ao diretor, ao chefe do departamento. E, de “ao” em “ao”, o cidadão vai sofrendo. E o tempo passa...


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