Tráfico
humano. Isso mesmo. O tráfico humano é o tema da Campanha da Fraternidade deste
ano de 2014. A Igreja católica chama a atenção para estes casos tão
complicados, mas, como disse o Pe. Elias num programa de rádio: “... é até uma
vergonha, nos tempos atuais, a gente ter que ainda falar em tráfico humano. O
ideal seria estarmos falando em como melhorar ainda mais a vida das pessoas”.
Tem razão o Pe. Elias, mas são os desnorteados programas dos governos que levam
a tudo isso. Parece até que a Igreja caminha na contramão. A Igreja vem fazendo
este trabalho a tantas décadas, avisando, comentando, trabalhando, informando,
e nada acontece. Fica apenas na chamada de atenção. Mas quem tem que provocar o
resultado é quem tem o poder de mudar, quem tem o recurso técnico, pessoal e
administrativo para mudar. A igreja como organização religiosa faz seu papel de
abrir as consciências sobre os grandes males existentes; chamar para a
caminhada que a ela foi destinada chamar pelo próprio Cristo.
O tráfico humano é um caminho diferente, que explora
e leva à morte. Muitas vidas humanas, neste momento, estão sofrendo nas mãos de
exploradores sexuais, exploradores escravagistas, até exploradores
intelectuais. Quantos são aliciados para “venderem” as ideias que acabam tendo
e que levam a nada, ou seja, a algum lucro ilícito, sem nenhuma base científica
ou filosófica. Precisamos sair do nosso egoísmo e do nosso individualismo e
pensar naqueles que têm a vida diminuída, a vida corrompida, maltratada e
excluída.
O Tráfico
Humano viola a grandeza de filhos, é cerceamento da liberdade e o desprezo da
dignidade. Resgatar essa dignidade, identificar as práticas de tráfico humano e
denunciá-lo são objetivos dessa Campanha da Fraternidade. As principais
modalidades do Tráfico Humano são: Trafico para exploração no trabalho, para
exploração sexual, para extração de órgãos, para adoção de crianças, para
exploração da força de trabalho, para atividade ilícita.
O
Tráfico Humano caracteriza-se pela ampla estrutura do crime organizado, em
rotas nacionais e internacionais e internacionais, pela invisibilidade ajudada
pela falta de denúncia e pelo aliciamento e a coação. Os atos mais comuns o
recrutamento; o transporte; a transferência; o alojamento; o acolhimento de
pessoas.
Os
meios que configuram o tráfico: ameaça; uso da força; outras formas de coação;
rapto; engano; abuso de autoridade; situação de vulnerabilidade; aceitação de
pagamentos ou benefícios para obter o consentimento de uma pessoa que tenha
autoridade sobre a outra.
A
Igreja é desafiada a ser advogada da justiça e a defensora dos pobres; cabe a
ela emprestar sua voz para quem não consegue gritar, denunciar. Os três
caminhos de ação que desponta são: (1)prevenção,
(2)cuidado pastoral das vítimas e a
sua (3)proteção e reintegração na
sociedade. Sem essas articulações
da Igreja e também com a sociedade civil, não se transformará em realidade os
três (PS) (Prevenção, Punição e
Proteção) planejados pelo 2º Plano Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de
Pessoas.