Pensara em
comentar o tal Decreto Bolivariano que foi assinado pela Presidenta, isso fica
para depois, enquanto isso vamos refletir sobre os dois fracassos retumbantes que
erguem suas fontes malignas no
horizonte brasileiro, independentemente de tudo mais que pode sobrevir
durante ou posterior à Copa do Mundo ou sobre as Olimpíadas de 2016.
O primeiro
seria aproveitar a brecha aberta com a permissão do governo para a venda de
bebidas alcoólicas durante a Copa (outro malefício da
FIFA) e manter a liberação depois do evento. Quer dizer: jogar-se-ia para escanteio o Estatuto do Torcedor.
Por que a venda de bebidas alcoólicas é proibida em estádios em países
civilizados? Porque está provado que a violência das torcidas cai consideravelmente
quando bebidas alcoólicas são proibidas nos estádios.
Aqui mesmo no
Brasil há as estatísticas apuradas no Mineirão. O número de ocorrências
policiais caiu em 75% depois que bebidas alcoólicas foram proibidas.
Mas, aparece o
Ministro do Esporte, Aldo Rabelo, e se declara a favor da venda de bebidas
alcoólicas nos estádios, porque “eles (os estádios) são privados”.
A uma declaração
assim tão cretina (desculpem, mas a palavra correta é esta), o Ministério Público respondeu, com toda a razão: Se os
estádios são privados, por que há um policiamento feito lá dentro pelo Poder
Público? Seria o caso de retirar o policiamento e deixar os criminosos à
vontade para o extermínio mútuo. (Além do que, ao que se saiba, nem todos os
estádios são privados.)
Outro fato que não
parece ter comovido o Ministro foi o de que a presença de mulheres e crianças aumentou depois da proibição da venda de
bebidas alcoólicas.
Ele prefere desordeiros bêbados?!
Que Ministro! Que
Esporte!
Outro fracasso será o da morte
anunciada da Baía da Guanabara, no momento em estado comatoso (em coma, morrendo).
Aparece agora a
Ministra do Meio-Ambiente e diz que precisaremos de no mínimo mais 20 anos para
limpar a baía. A impressão que temos é a de que o Ministro está
Contra o Esporte e a Ministra Contra o Meio Ambiente.
Ela diz que o
assunto é “complexo” e precisa de “muita coordenação” entre os diversos poderes
envolvidos. É exatamente este tipo de conversa fiada que, ao longo de décadas,
vem comendo verbas e empréstimos internacionais, enquanto quase nada é feito e
vozes já começam a se levantar para tirar os eventos olímpicos de iatismo da
Latrina (perdão, Baía) da Guanabara.
A Ministra deveria
ir para casa e deixar alguém mais enérgico assumir o cargo.
A
poluição tem como causa principal o lançamento de lixo e dejetos de toda
espécie nos rios e lagunas que circundam a baía e deságuam nela.
O assunto nada tem
de complexo e a tal coordenação entre os diversos órgãos envolvidos depende de
apenas duas coisas: competência e
vontade de trabalhar.
Coisas que, temo, faltam à Ministra. Daqui a 20 anos
ela ou seus sucessores estarão pedindo outros 20 anos, sempre na lengalenga do ”porque o assunto é complexo”.
(p)