Santa Clara, Santa! Lá foram todos. No lugar por onde o trem de ferro transportou o carvão e o trem horário transportou pessoas. A estrada não tão ruim, o tempo agradável. Do lado esquerdo o barranco, a mata, os chapadões ou paredões de pedra ou areião, mas continuaram, andando... andando. À esquerda o rio, o Rio Tubarão, lento, às vezes nervoso numa ou noutra pedreira, mas também serpenteando em direção ao mar.
À frente, mais uma curva, mais um desafio. O cansaço começa, mas enquanto há o expediente da piada, da conversa, das metas e das preocupações, os calcanhares e os dedos ainda resistem. A respiração um pouco ofegante, mas garantindo a chegada à Caixa d’Água. Com letras maiúsculas porque a importância dessa caixa foi fundamental para o desenvolvimento de nossa região.
Dobrar à esquerda! Sim, à esquerda, a estrada estreita e começam as fugas, as sarjetas, que dão direção à mata para as águas pluviais. Areão, um pouco, mas o suficiente para oferecer condições para o tráfego e, agora, para a caminhada.
Jovens à frente, outros mais, um pouco mais, alguns corre-corres. Atrás outro grupo, um pouco ofegante já enfrentam a subida em direção à energia da pirâmide. E vem outro “tope”, agora mais agudo, mas a vegetação, a mata atlântica nas duas margens serve para amainar o pouco cansaço, que já dura em torno de uma hora ou pouco mais.
Seguem, andam,... Santa Clara! A montanha é de um verde escuro, entrecortada por algumas espécies floridas, mesmo no pleno inverno. O sol não mais preocupa, a sombra das árvores dá o agradável folgar e a ânsia de logo vislumbrar a casa, o aconchego, não sem antes, caminhar..., caminhar...!
- Chegamos! Que local espetacular! E são recebidos pelo patriarca, de braços abertos e já é notada a esguia fumaça que se desprende da churrasqueira. E mais, pássaros, muitos pássaros. Saíras de sete cores, tiés, tico-ticos da serra, Joana boba, sanhaços, e muitos outros desconhecidos que habitam a vegetação ampla e bem cuidada. Um belo lugar!
À esquerda a ponte, o riacho, a estrada, a caneleira suspensa em parte e se sustentando no topo da cava. Areão, mais e mais. Uva do Japão, e outras frutinhas servindo de alimento à fauna variada. Mais à frente a gruta, a mesa, a pirâmide transparente, o sino e o telhadinho de duas águas. O toque, três dins, três dons! A melodia da chamada à oração, à meditação.
São Sebastião ao centro, Nossa Senhora Aparecida à esquerda, São Benedito à direita e um anjo à frente. As imagens pareciam falar: “bem-vindos”! Mas nós entendemos sem que nos falassem. Mais uma oração e em seguida o almoço de confraternização.
A vida é assim, feita assim, para deleite do ser humano em comunhão permanente com Deus. E isso se chama paraíso. Cada um com o seu espaço; abrindo espaço à saúde, à alegria e à esperança de um mundo melhor!
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