A
Festa do nascimento do profeta João Batista acontece no próximo domingo, dia 24
de junho.
O
momento é de lembrança e de memória da vida desse santo. A tradição popular
entre nós o recorda com as festas juninas. Os pais de João Batista, Zacarias e
Isabel, idosos, o conceberam na velhice. De fato, João foi o seu nome. João
seria aquele que deveria preparar o caminho para a realização da Aliança de
Deus, em Jesus Cristo. Isto se deu nos arredores de Jerusalém.
Na
mentalidade do tempo, ser estéril era visto como desonra e castigo de Deus, uma
vergonha (Gn 30, 23). Todas as mulheres deveriam ser como a terra, aquela que
faz germinar a semente.
Zacarias
e Isabel entendem que o filho era um dom de Deus, um verdadeiro presente, que
nasce com uma missão em Israel. O acréscimo “Batista”, ao nome de João,
significa aquele que batiza, isto é, que batizou Jesus Cristo nas águas do Rio
Jordão, que veio pedir conversão do povo e mostrar a profunda misericórdia de
Deus, diferente das atitudes praticadas pelo Imperador Herodes, autoridade sem
piedade. Herodes foi aquele que mandou decapitar João Batista na prisão.
A
presença de João Batista, pela sua fidelidade e coerência, tornou-se um perigo
para as “falsas” autoridades do tempo. João foi um crítico contundente do poder
vigente. Foi esse o real motivo de sua condenação e martírio. Isto significa
que as falsas autoridades têm medo das palavras de um profeta, de quem age
defendendo a vida do povo e seus verdadeiros direitos.
O
Papa João Paulo II costumava dizer que os santos são sempre atuais. Ao
comemorar o nascimento do grande profeta, João Batista, precursor de Jesus, nos
vem à mente o profetismo como vocação de anúncio do que vem de Deus: “E há de
caminhar à frente deles, com o espírito e o poder de Elias, a fim de converter
os corações dos pais aos filhos e os rebeldes à sabedoria dos justos,
preparando para o Senhor um povo bem-disposto” (Lucas 1,17).
E
Jeremias já preanunciava: “E tudo que eu te mandar dizer, dirás... Eis que
ponho minhas palavras em tua boca” (Jeremias 1,7.9).
João
incitou o povo à mudança de vida para se adequar à nova vida trazida pelo
Messias.
Quem quiser aceitá-lo deve ter postura diferente do
paganismo e do egoísmo. Não vale o “toma lá dá cá” ou o “cada um para si”. É
preciso haver a nova atitude do amor, do interesse em executar a vontade de
Deus. Ele quer uma vida digna para todos.
Estamos em tempo de Rio+20
onde as nações discutem o futuro da nossa habitação. O cuidado com o planeta
terra deve ser uma constante de todos.
O convívio fraterno, na justiça, na promoção do bem comum,
no altruísmo, na doação de si pelo semelhante, na renúncia aos interesses
mesquinhos de uns que abarcam para si o que seria de benefício de todos, na
política de bons prestadores de serviço ao povo, na profissão exercida para o
melhor serviço à coletividade, na família assumida como valor... tudo deve ser
encaminhado na nova prática do profetismo que leve as pessoas a superarem o
puro consumismo e materialismo.
Dizer ou propor valores inerentes à natureza criada
por Deus é coerente com o ser autenticamente humano e cristão. Trair essa
missão leva as pessoas e até grupos de interesse a falsear a verdade de
valores fundamentais inerentes à natureza dos seres, enganando os menos
cautos e propondo palavras e ações que não vão cumprir.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário