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25 de jul. de 2012

SÃO JOÃO BATISTA E O PROFETISMO HOJE

Colaboração: Pe. Elias Della Giustina

A Festa do nascimento do profeta João Batista acontece no próximo domingo, dia 24 de junho.

O momento é de lembrança e de memória da vida desse santo. A tradição popular entre nós o recorda com as festas juninas. Os pais de João Batista, Zacarias e Isabel, idosos, o conceberam na velhice. De fato, João foi o seu nome. João seria aquele que deveria preparar o caminho para a realização da Aliança de Deus, em Jesus Cristo. Isto se deu nos arredores de Jerusalém.

Na mentalidade do tempo, ser estéril era visto como desonra e castigo de Deus, uma vergonha (Gn 30, 23). Todas as mulheres deveriam ser como a terra, aquela que faz germinar a semente.

Zacarias e Isabel entendem que o filho era um dom de Deus, um verdadeiro presente, que nasce com uma missão em Israel. O acréscimo “Batista”, ao nome de João, significa aquele que batiza, isto é, que batizou Jesus Cristo nas águas do Rio Jordão, que veio pedir conversão do povo e mostrar a profunda misericórdia de Deus, diferente das atitudes praticadas pelo Imperador Herodes, autoridade sem piedade. Herodes foi aquele que mandou decapitar João Batista na prisão.

A presença de João Batista, pela sua fidelidade e coerência, tornou-se um perigo para as “falsas” autoridades do tempo. João foi um crítico contundente do poder vigente. Foi esse o real motivo de sua condenação e martírio. Isto significa que as falsas autoridades têm medo das palavras de um profeta, de quem age defendendo a vida do povo e seus verdadeiros direitos.

O Papa João Paulo II costumava dizer que os santos são sempre atuais. Ao comemorar o nascimento do grande profeta, João Batista, precursor de Jesus, nos vem à mente o profetismo como vocação de anúncio do que vem de Deus: “E há de caminhar à frente deles, com o espírito e o poder de Elias, a fim de converter os corações dos pais aos filhos e os rebeldes à sabedoria dos justos, preparando para o Senhor um povo bem-disposto” (Lucas 1,17).

E Jeremias já preanunciava: “E tudo que eu te mandar dizer, dirás... Eis que ponho minhas palavras em tua boca” (Jeremias 1,7.9).

João incitou o povo à mudança de vida para se adequar à nova vida trazida pelo Messias.

Quem quiser aceitá-lo deve ter postura diferente do paganismo e do egoísmo. Não vale o “toma lá dá cá” ou o “cada um para si”. É preciso haver a nova atitude do amor, do interesse em executar a vontade de Deus. Ele quer uma vida digna para todos.

Estamos em tempo de Rio+20 onde as nações discutem o futuro da nossa habitação. O cuidado com o planeta terra deve ser uma constante de todos.

O convívio fraterno, na justiça, na promoção do bem comum, no altruísmo, na doação de si pelo semelhante, na renúncia aos interesses mesquinhos de uns que abarcam para si o que seria de benefício de todos, na política de bons prestadores de serviço ao povo, na profissão exercida para o melhor serviço à coletividade, na família assumida como valor... tudo deve ser encaminhado na nova prática do profetismo que leve as pessoas a superarem o puro consumismo e materialismo.

Dizer ou propor valores inerentes à natureza criada por Deus é coerente com o ser autenticamente humano e cristão. Trair essa missão leva as pessoas e até grupos de interesse a falsear a verdade de valores fundamentais inerentes à natureza dos seres, enganando os menos cautos e propondo palavras e ações que não vão cumprir.    

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